
Pele seca e inflamada, descamação, vermelhidão, coceira muito intensa...
Apesar dos marcantes sinais visíveis, a dermatite atópica não é transmitida pelo contato entre as pessoas, ou seja, não é uma doença contagiosa.1
Há muito mais acontecendo embaixo da pele. Trata-se de uma doença crônica e genética, causada por uma resposta exagerada do sistema imunológico ao contato com um elemento irritante ou alérgeno, chamada de Inflamação Tipo 2.2-4
Na prática, o que acontece é que esse processo inflamatório nas profundas camadas da pele envia para a sua superfície sinais que causam a coceira. E coçar provoca um rompimento na camada externa da pele, permitindo que substâncias que existem no meio ambiente e que podem induzir uma reação alérgica entrem em contato mais facilmente com o organismo do paciente com dermatite atópica.5
A doença pode ser classificada em leve, moderada ou grave, dependendo da intensidade dos sintomas e da extensão e gravidade das lesões. Somente um médico é capaz de fazer essa avaliação. Independentemente de sua classificação, a dermatite atópica não tem cura, por ser causada por fatores genéticos e imunológicos. Entretanto, mesmo apresentando uma natureza crônica e recorrente, ela pode ser controlada com esquema terapêutico apropriado para a gravidade de cada paciente.1
“A doença é crônica e persistente, por isso requer tratamento contínuo. Cuidados para evitar substâncias irritantes e alérgenos aliados ao uso de emolientes e medicação anti-inflamatória tópica e sistêmica são importantes. Quando não tratada, existe uma tendência para a progressão da gravidade, o que mostra a necessidade de manejo adequado e contínuo da doença”, destaca Nelson Augusto Rosário Filho, médico pediatra pela Universidade Federal do Paraná e especialista em Alergia Clínica pela State University of New York.
Outro fator que justifica a importância do acompanhamento das formas moderadas e graves da doença com um especialista são as possíveis infecções secundárias, que podem complicar a dermatite atópica. “A alteração da barreira cutânea e o ambiente inflamatório contribuem para infecções virais, fúngicas e bacterianas”, explica o especialista.
O cuidado mais básico e indicado para todos os casos, de leves a graves, é a hidratação da pele, que promove a umidificação da camada externa da pele estabilizando sua função como barreira protetora.5 Além das medidas de cuidados básicos, o médico pode ainda receitar tratamentos tópicos ou sistêmicos, incluindo corticoides e medicamento biológico, conforme a gravidade da doença.5
A visita ao médico imunologista ou dermatologista é muito importante para pacientes com dermatite atópica moderada a grave. Apenas um especialista pode determinar qual é o tratamento mais apropriado em cada caso.
1 - Sociedade Brasileira de Dermatologia. Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/dermatite-atopica/59/. Acesso em março 2020.
2 - Eichenfield et al. Guidelines of Care for Atopic Dermatitis. J Am Acad Dermatol. 2014;70(2):338-51.
3 - European Dermatology Forum. Guideline to treatment. Available at: http://www.euroderm.org/edf/index.php/edf-guidelines/category/5-guidelines-miscellaneous?download=36:guideline-treatment-of-atopic-eczema-atopic-dermatitis. Accessed december 2016
4 - Gelmetti and Wolleberg. Atopic dermatitis - all you can do from the outside. Br J Dermatol. 2014;170 Suppl 1:19-24.
5 - Castro APM et al. Guia Prático para o Manejo da Dermatite Atópica - opinião conjunta de especialistas em alergologia da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rev. bras. Alerg. imunopatol 2006; 29(6):268-82.
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